terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Anil




Queria brincar de me apaixonar. Conta-se as estrelas enquanto o outro se esconde nos sonhos. Durante a brincadeira você sempre paga ingressos de cinema e acaba sem nem saber a história do filme, ingere incontáveis calorias de sorvete sem se preocupar e sorri. Sorri, gargalha, é feliz.
Mas não dá,
meu "par" já já se vai.

domingo, 30 de novembro de 2008

Essa brincadeia de "a arte imita a vida ou a vida imita a arte?" me é tão cansativa. Tirando os problemas familiares que funcionam como baratas, inabaláveis ao decorrer dos séculos, deveríamos todos tomar o devido cuidado pra que não fiquemos sujeitos a posição de vião ou mocinho. Claro que com a chegada do contemporâneo, tudo se assemelha muito mais ao humano, mas o desconforto da culpa, da mínima culpa por ter decepcionado um grande amigo é compensado por um leviano cotentamento? Não clamo por perfeição, falta de erros. A bagunça faz bem, ela atrai qualquer um. A desordem é bonita, os gêneros musicais a cutuam. Rock com todos os seus gritos e cabeçadas, samba e seu adorado carnaval, MPB e a bo

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Tava bisbilhotando uns blogs que são recomendados pelo próprio blogspot, sem muita surpresa eles eram em inglês e claro, pra estar na lista dos que "valem a pena serem checados" são atualizados diariamente, em todos que vi havia uma frase em comum "Happy Thanksgiving". A verdade é que eu num sou muito fã de feriados, adoro o natal (família reunida, um batalhão de comida gostosa, presentes, todo mundo feliz), mas o resto... Carnaval, com excessão desse ano que fui pra Olinda e amei *-*, sempre foi sinônimo de ficar na casa da minha vó trancafiada assistindo desfile de escola de samba, São João só é bom porque significa que as férias começaram, eu não sei dançar forró e ninguém tem muita paciência pra me ensinar, os dias que são dos santos "mais importantes" não fazem muita diferença eu nunca sei o motivo do feriaso mesmo e o pior de todos, o rei das tristezas e decepçoes Reveillon! Odeio ele! Sempre me engana! Fico pensando que vou começar o ano com pé direito, que vai ser lindo, pular as ondas, abraçar os amigos... Acabo sentada numa mesa de plástico morrendo de vontade de chorar. Enfim, Thanksgiving é um feriado que não temos aqui no Brasil, mas acho ele tão bonito, tirar um dia pra juntar as pessoas queridas e todas agradecerem pelo que têm. Acho que faz muito sentido, vai além das religiões

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Um coração amassado, isso que guardo

Romance



Não quero sugar todo seu leite

Nem quero você enfeite do meu ser
Apenas te peço que respeite
O meu louco querer
Não importa com quem você se deite
Que você se deleite seja com quem for
Apenas te peço que aceite
O meu estranho amor

Ah! Mainha deixa o ciúme chegar
Deixa o ciúme passar e sigamos juntos
Ah! Neguinha deixa eu gostar de você
Prá lá do meu coração não me diga
Nunca não


Seu corpo combina com meu jeito
Nós dois fomos feitos muito pra nós dois
Não valem dramáticos efeitos
Mas o que está depois
Não vamos fuçar nossos defeitos
Cravar sobre o peito as unhas do rancor
Lutemos mas só pelo direito
Ao nosso estranho amor


Ah! Mainha deixa o ciúme chegar
Deixa o ciúme passar e sigamos juntos
Ah! Neguinha deixa eu gostar de você
Prá lá do meu coração não me diga
Nunca não

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Danem-se as rimas, a métrica e a beleza das palavras! Caio, ardo em dor contida, faço oceanos

Com o balanço do tempo




Danem-se as rimas, a métrica e a beleza das palavras! Caio, ardo em dor contida, faço oceano em mim. Cuspo, amargo meus olhos fechados que te pisoteiam, dou-me por vencida. Palmas, assobios, mas o bis acaba de se findar, felicitações porque já não o quero por puro desgosto, não por mim, não por ti, não por nós. Pelo nojo. Corroída por ciúmes, apresento-lhe Marisa. Abra tu'alma, pois enxergará que ela é mulher e pode pousar longe. Desconcluído.

# Tatuagem - Chico Buarque

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Ao norte



Passar a fazer das manhãs momentos agradáveis e proveitosos. Chega de aulas que revisam todos os assuntos do ano, quero acordar quando o sono acabar, comer uma banana, calçar meu tênis e caminhar na esteira ao tempo em que assisto Mais Você. Vou tentar postar aqui com mais frequência, com o intuito de criar então um caderno virtual, cheio do meu dia-a-dia, canções e poesia, com o intuito de relembrar quando tudo isso fizer parte do passado. É para relembrar que tiramos tantas fotografias, que guardamos cartões e cartinhas, que escrevemos diários, relembrar, quase um sinônimo para sorrisos saudosos e lágrimas carinhosas. Pelo visto, meu coração e minha alma despertaram leve, flutuando. Farei o máximo para que permaneçam desse modo, apesar dos apesares.

# Até parece - Marisa Monte

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Lamentações?




Blá blá blá blá

Não sei formular pensamentos sobre o que... não existe.
Qual é a exata composição de nossos erros? Há uma definição para os acertos? Pular, ou não, de pára-quedas? Passar, ou não, o dedo pela vela? Arriscar a certeza de uma solidão acompanhada por um passado infindo ou dizer "não"? Fraca-sou.
Claro que posso pintar as unhas de vermelho e me fazer de muito bem resolvida, mas ah! minhas ações contradizem o óbvio; pulo pra cair, desejo que queime e fico com o passado na tentativa de criar um novo futuro.
A única possível verdade que possa machucar-me é a de acreditar que sou um objeto para mim mesma. Deixo de lado.

# myspace/pantaloonsandpantomimes e myspace/coordenadasdoindico - músicas do jon :]

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Gira-sol gira, gira!




Pra quando se está assim, pela metade:

Here I stand head in hand
Turn my face to the wall
If she's gone I can't go on
Feelin' two-foot small

Everywhere people stare
Each and every day
I can see them laugh at me
And I hear them say

Hey you've got to hide your love away
Hey you've got to hide your love away

How could I even try
I can never win
Hearing them, seeing them
In the state I'm in

How could she say to me
Love will find a way
Gather round all you clowns
Let me hear you say

Hey you've got to hide your love away


# You've got to hide your love away - I am Sam sound track/Pearl Jam

sábado, 6 de setembro de 2008

Corre nu, corre nu



E quando uma pessoa não tão próxima, mas com algumas histórias vai embora? Lágrimas são dispensadas, a rotina não muda... Então, do que adiantou aqueles abraços sinceros e os sorrisos divertidos? Nada? Foram apenas momentos com uma intenção premeditada de serem apagados das boas lembranças?
Quantos serão os dias em que essa pessoa será lembrada numa rodinha de colegas e todos vão pensar consigo mesmo "poxa, queria ter aproveitado mais os dias com ele aqui"? Não muitos, mas algo suficiente pra uma nostalgia de fim de tarde.
Jeff tá indo embora, Rio Grande Do Sul tchê! Tô achando um pouco estranho sim, provavelmente nem vou despedir-me dele, mas eu me lembro, pelo menos por mais alguns anos, do amor inventado que ele sentiu por mim, da serenata na casa do parquinho, dos calafrios na orelha. Acho que isso resume o cruzamento das linhas de nossas vidas que agora seguem distantes e paralelas.
Há um trecho de uma poesia que diz "O que me tranquiliza é que tudo o que existe, existe com uma precisão absoluta. O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete não transborda nem uma fração de milímetro além de uma cabeça de alfinete.". Essa é uma boa resposta para as perguntas que me fiz, descordar desse trecho. As pessoas que lhe causam um impacto, mesmo que rápido e pequeno servem para transbordar, elas aparecem para destranquilizar a exatidão porque são menos que amigos e mais do que rostos diários.
Ir. Permanecer.

# Diamonds on the inside - Ben Harper

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Entrar num mundo de cores mais vibrantes e sons extridentes, talvez seja isso que eu quero como profissão. Ocorreu-me há um meia hora, quando vi um documentário sobre autistas

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Assobio



Descarregar-me de mim.

"Como se a alegria recolhesse a mão pra não me alcançar"

Talvez se tivesse um amigo qualquer para correspondermos cartões postais, a solidão das paisagens e a atenção das mensagens aliviassem o peso de um vento ruim que instalou-se na pessoa que sou.


# Trabalho do artista Yeondoo Jung - Television was so funny

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Pensou já conhecer todas as tristezas quando despercebida deparou-se com a solidão do silêncio. Nem mesmo os grilos lhe fizeram uma serenata.

domingo, 3 de agosto de 2008

Pretérito mais-que-perfeito


e como uma segunda pele, um calo, uma casca,
uma cápsula protetora
eu quero chegar antes
para sinalizar o estado de cada coisa
filtrar seus grau
eu ando pelo mundo divertindo gente
chorando ao telefone
e vendo doer a fome nos meninos que têm fome
# Calcanhoto é a melhor companhia para tardes chuvosas de domingo

domingo, 20 de julho de 2008

O lado esquerdo do meu rosto tá uma bola! Isso é a consequência de extrair um dente, quer dizer, isso e ter que segurar uma bolsa de gelo na minha cara o dia inteiro, ter uma dieta de sorvete, danone, suco e banana amassada (o que a primeira vista pode ser uma maravilha, mas eu tô querendo emagrecer e acima de tudo eu quero poder mastigar!) Vale ressaltar que as aulas começam amanhã e se eu continuar desse jeito, como vou poder estudar pras provas que acontecem daqui a duas semanas com o assunto do primeiro semestre todo?!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

De pijama



Minha janela está aberta e nada da primavera chegar. Pés desmeiados, uma varanda molhada, baterias para serem carregadas, será sempre assim? O que se tem a viver é uma mera repetição distorcida do presente; ainda assim, sou uma otimista.

# cd Ventura - Los Hermanos

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Nada Clarice



16 de julho de 2008, literalmente 2.0, não que por apenas nós dois lembrarmos o significado desta data ela perca seu valor, mas que valor seria esse agora? Que tola contradição, se recordamos, que outro valor há para existir, que outro valor há de ser melhor?! Merda! Até quando tento transcrever meus pensamentos mais anti-romancistas, pareço uma melodramática mexicana, argentina, italiana, de qualquer espécie, uma melodramática.

Talvez por esses instantes esteja mais feminina do que me dou conta, liberto-me da princesa presa na torre que somente será feliz no último capítulo e começo a ver a beleza presente em “não ser”, “não estar”, acima de tudo “não perambular mil idéias acerca das falsas possibilidades”, ainda acredito fielmente que as lágrimas e os sorrisos são eternos companheiros, mas manter-me inerte, como se nada tivesse mudado, ter a certeza que em mim nada mudou, faz-me sentir com uma modelo de propaganda de perfume linda, fatal, independente. Quase capaz de fazer topless.

A graça está em não querer o que se pode ter; uma eterna criança, porque apesar de estar orgulhosa do macho que se revelou em mim absolutamente ileso de sentimentos, sem os tais não encontro razões para continuar, não digo que foi ruim, só não foi memorável como todas as outras vezes, mas como um macho não encontro, ou mesmo procuro arrependimentos. Descubro que prefiro o antiquado, sou mulher gosto de homem, que venham lamentações e chororôs porque sentir mais do que hormônios é o que me agrada.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

"É, pode ser que a maré não vire..."



Quando eu era uma guria não gostava de usar diadema, apertava a minha cabeça. Eu não gosto de nada que me prenda, talvez por isso, não tenho medo do mar a infinidade que ele me proporciona, o esquecimento do universo, é água suficiente pra esconder todas as minhas lágrimas. Penso nas boas lembranças enquanto o sol faz carinho em minha pele, a nostalgia é tanta que nem mesmo uma linda constelação conseguiria me consolar. As notas do seu violão não são para mim, seus pensamentos vagam distante; meu Deus, como posso ainda sentir isso? Isso que me aprisiona numa persistente tristeza. Do que adianta tentar enumerar os melhores dias da minha vida, se também foram muitos os piores, ou comentar sobre tudo que faltamos descobrir um com o outro e ficará enterrado nos rumos que não tomamos. É, você, um tesouro guardado a sete chaves no oceano do meu coração.


# Sea of love - Cat Power

Eu quero amor, eu quero amar



" - É como uma máquina do tempo, fazendo a gente virar o que foi há milhares de anos atrás.
- Mas pode funcionar como máquina do amor.
- E existe lá máquina pra isso?
- Quando a gente ama uma pessoa, o que é que a gente mais quer nesse mundo?
- Ahh, é ficar bem juntinho.

- Pronto, tão juntinho, tão juntinho que como diz o poeta: transforma-se o amador na coisa amada por virtude do muito imaginar, não tenho logo mais que desejar, pois já tenho em mim a parte desejada.
- Achei mais bonito ainda essa máquina do amor.
- Pois então, fique bem quietinha e feche os olhos. Eu vou lhe mostrar como é que funciona a máquina do desejo. Eita, cadê?
- É que eu liguei a máquina da ilusão."
p.s.: Imagem e diálogo do filme "Lisbela e o prisioneiro" *-*

domingo, 22 de junho de 2008

Matando mais uma ignorância



São muitas as vezes em que a arte deriva de um sonho, o pai duma amiga já foi dormir pensando num problema matemático e acordou com a resposta, um "ex alguma coisa" que é músico já compôs muitas melodias enquanto seu cérebro estava supostamente descansando, Zé do Caixão faz seus filmes baseados nos sonhos que tem. Descobri sobre meu último exemplo ontem, a verdade é que não sei absolutamente nada sobre esse Zé, a não ser que suas unhas são enormes e pintadas de preto; mas isso não é o que me interessa, definitivamente.
Assisti, hoje, a 5 curtas japoneses que eram sonhos do próprio diretor, Akira Kurosawa, nunca procuro saber o nome do diretor do filme a que assisto, mas esse está bem na minha frente e achei seu trabalho tão fiel a realidade, acho mais do que justo mencioná-lo, claro que não sonhei a mesma coisa, mas é que os curtas em si assemelhavam-se com a figura dos sonhos, histórias lógicas e estranhas, imagens prolongadas por sua intensidade, ele teve também a preocupação de usar o mesmo ator principal em todos os curtas, ao menos eu acredito que era o mesmo ator, porque afinal não há pessoa que não seja a protagonista em seu próprio sonho. Os meus prediletos foram "O túnel" e "Corvos", no primeiro ele é um coronel que está voltando para casa da guerra, perdeu todo seu pelotão, homens fiéis e leais, todos mortos, essa tristeza o atormentará para sempre, me encantei com a maquiagem, os mortos eram azuis, todos juntos formavam uma linda fotografia. Já no segundo, ele está admirando algumas pinturas de Van Gogh, quando sem mais nem menos entra num de seus quadros e sai a procura do pintor, que havia acabado de sair do hospício segundo a própria película, eles batem um papinho e só, gostei dos efeitos especiais, dá pra ver perfeitamente a tinta na tela, ele andando por dela. Devo dizer que alguma coisa em cada um é bastante especial e o fato de não me recordar o nome de mais nenhum implica em não citá-los aqui.
Tomara que eu saia para jantar sushi!

p.s.: Imagem do curta "Corvos"

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Dou-me um crédito por ter poucas horas que assisti a "Sex and the City", filmes sempre me afetam de uma maneira ou de outra, mesmo quando são bestinhas, só pra entretenimento, adivinha o motivo de eu estar na frente do computador pensando em que sapato eu vou comprar quando tiver dinheiro suficiente, o poderosérrimo super salto fino que engana ou o laranja de camurça incrivelmente estiloso? Escondo minhas futilidades femininas.

sábado, 14 de junho de 2008

Falta do que pensar



Estranha essas fases de descobertas óbvias. Não faz 2 minutos que percebi o quanto que amo o português, essa língua que uso desde que aprendi a falar, que utilizo a todo tempo pra tudo, que consegue expressar minhas tristezas, indecisões, felicidades, angústias, meus amores, medos, desejos, desinteresses, uma língua que quase consegue decifrar minha alma. As palavras, os sons, formando diferentes melodias, as letras meticulosamente posicionadas, uma constante troca de vogais e consoantes, com pequenas variações que possuem nomes próprios dígrafos, ditongos, tritongos... Eu gosto de descobrir seus truques, admiro sua complexidade, milhares de regras e porques, os últimos e suas 4 possibilidades para obviamente variados casos.
Percebi essa adoração ao conversar com uma prima que está morando em Londres por um tempo, ela comentando que gosta de entrar na internet quando pode, já que os amigos estão aqui no Brasil, e que falar português é diferente, sua língua. Claro que eu (e ela. com certeza) gosto de inglês, é um ótimo modo de se comunicar em segredo na frente de muitas pessoas, essa cultura também faz parte do dia-a-dia e me dou bem com ela, mas cá entre nós, tem coisas que só têm o preciso significado se forem ditas em português: "Fuck you", é tão sem graça, calmo, quase que o oposto de "Vá tomar no cú, seu filho da puta" ou mesmo o usual "Vá se foder"; e também pras palavras mais artisticamente significativas: "Eu quero beijos intermináveis" - "I want endiless kisses", ou "Eu não preciso que seja caro" - "I don't need it to be expensive" as traduções para o leão dos dicionários são cafonas. Não vou mentir, quero aprender outras línguas, quem sabe mais umas 3, mas o português, vale muito mais.

p.s.: Isso não é uma "Canção do Exílio"!

# Não me deixe só - Vanessa da Mata
Como assim não fiz xixi na cama?


Desde pequena, uns 7 anos, soube que não temos apenas um sonho enquanto dormimos, são vários, ainda não descobri mais ou menos quantos, mas são vários. Se despertarmos uns 10 segundos depois que o sonho acaba, ainda conseguimos nos lembrar dele, por isso sempre temos uma idéia de como as coisas aconteceram no pesadelo, ou mesmo no sonho interrompido por um grito quaquer.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Há de se criar, por isso fiz um cheesecake


Vez por outra canso de ser tão, tão eu e invento novas maneiras de continuar me sendo, mas diferente. Bem agora ia escrever sobre um passado relacionamento, cujas feridas não cicatrizaram por completo e se juntam com boas lembranças e concepções de certo e errado. Reluto. Recuo. Vejo-me como mulher demais, criando arrodeios, enfeitando as vírgulas, repensando todas as possibilidades de significado que um olhar possui; demasiadamente enjoativo, então fujo. Ser eu é eufemismamente previsível, o que gosto, o que não gosto, o que paro de gostar, tudo milimetricamente calculado ao decorrer do tempo. Mas tudo bem, o que nunca perco nessas ligeiras transformações é o "tudo bem".


# Lamento sertanejo - Gilberto Gil
Vez por outra canso de ser tão, tão eu e invento novas maneiras de continuar me sendo, mas diferente. Bem agora ia escrever sobre um passado relacionamento, cujas feridas não cicatrizaram por completo e se juntam com boas lembranças e conceções de certo e errado. Reluto. Recuo. Vejo-me como mulher demais, criando arrodeios, enfeitando as vírgulas, repensando todas as possibilidades de significado que um olhar possui; demasiadamente enjoativo, então fujo. Ser eu é eufemismamente previsível, o que gosto, o que não gosto, o que paro de gostar, tudo milimetricamente calculado ao decorrer do tempo.


domingo, 25 de maio de 2008

Não são palavras que me fogem, ou algum tipo de medo que tomou conta de mim

Nem que a vaca tussa?



Não são palavras que me fogem ou algum tipo de medo que me tomou, é o sentir que anda escasso. Ponho um guarda-chuva na bolsa e a nuvem não seca, canto sobre sorrisos e ninguém dança; dizer que a vida anda errada é grandioso demais, lindas poesias são feitas de erros, me falta poesia. Penso em números, anelídeos, isso é o ruim de quando se tem 16 anos, a mente quer voar e a responsabilidade grita. Repito, a fim de mostrar a insanidade do mundo em que me encontro aprisionada (até por mim mesma), me falta poesia. Não me dou ao menos o luxo de estar triste.



p.s.: a foto foi tirada do site fotolog.com/omeninodavaca

sábado, 3 de maio de 2008

uma flor procê




As nuvens dançam por todo o céu, espero que o homem do picuí consiga vender algum picolé porque seu sininho traz lembranças de quando meu avô era vivo, meus primos e eu não gostávamos de viajar para o interior, mas lá era sempre legal, jogar cartas, brincar de bater a bunda na parede se balançando na rede, comer pipoca às 16:00, milhares de chicletes durante todo o dia (chicletes acabaram sendo nossa herança de vovô), os presentes de natal, não que hoje em dia não ganhemos mais presentes no natal, é só que eles costumavam ser bem melhores, mas é assim mesmo. Os passarinhos estão cantando, acho que eles entendem dias melancólicos, voando voando, batendo as asas,

"Diz que eu sou um pássaro!

Você é um pássaro.

Agora diz que você é um pássaro!

Se você é um pássaro, eu sou um pássaro."

eu não entendo muito de dias assim, eles me trazem um conforto um tanto quanto triste, só faço desfrutá-los, e talvez seja exatamente isso que se deva fazer, feito a rosa do pequeno príncipe que está ali com a única finalidade de ser linda e adorada, tão simples quanto o fim das coisas, acabou.

# espatódea - Nando Reis #