quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Rascunho

(Não sei ao certo em que acredito ou deixo de acreditar. Universo, carma, as linhas tortas de Deus - ou Deus que está torto? - e o que se pode ler nas estrelas, tudo isso se confunde em mim, penso ser tudo um só. Se realmente for, significa que a conspiração me leva pra um lugar solitário? A ironia do destino seria eu não conseguir lutar pelo meu individualismo, pelo meu ser sozinho, e então, no ano da sorte, a minha é ser excluída do meu próprio ciclo de amigos companheiros? O que eu devo aprender? A dizer não? Basta isso?)

domingo, 22 de janeiro de 2012

musiquinha com o Luiz

Assobiar é um agir pequeno, feito passeio com dedinho se molhando de mar
Eu finjo que sei falar como canta passarinho, difícil mesmo é voar
Vez ou outra eu tento, chego mesmo a tirar os pés do chão
E quando o medo me vence, você segura minha mão

Ô bem, que confia em asas tortas, me parece que o choro quer se bordar
Não pense que é coisa boba soprar vento, me deixa quieta que o sentir é meu lugar
Quase nunca, dou volta fora de mim
Deixe passar os segundos, devagarzinho você chega aqui.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Não teve fim e se entremeou no que já havia começado

2012 amanhece há sete dias, a cada manhã me entorpeço de sentir - vez ou outra meu sentir foi deixado de lado para a rotina dos afazeres ser bem aproveitada, eu gosto do sentir que vira fazer, bons fazeres. Como o fazer de ficar deitada na areia da praia observando a junção do seco, do molhado e do céu, o fazer de pintar pra enfeite do quarto ou o fazer de ler bobagens que me agradam.


Mas o sentir... Está mudado. Por vezes, já senti o contraditório, a confusão, prolixo é palavra de costume, mas sem sair de mim, me mudei, e o sentir se mudou comigo; ou o sentir se mudou de mim, e sem ir a outro canto que não eu mesma, me mudei com ele. A isso não cabe importância. Importante é o sentir que sem rédea alguma disparou a correr, ele corre com fitas de cetim cor pastel, meu sentir me quer feliz, não me preocupo para onde vai. Eu não dispendio tempo algum pensando nas estradas do sentir, me mantenho parada em lugar algum, estando assim em todos os lugares, e admiro o sentir passear. Tudo acontece na simplicidade, a exemplo de quando vejo um amigo que vai embora, e entre as costelas surge o choro, mas o sentir me faz sorrir, e é largo, sincero, de muito amor.


Eu devo respeitar a partida de meus amigos, porque eu também me mudei - uma mudança de sentir é tão forte quanto mudança de casa ou estado, porque os lugares que a alma percorre não são medidos em quilometragem, mas não por isso ficam pertos um do outro - numa hora qualquer, o choro não vai se conter, não devo todavia pestanejar em sorrir quando a alegria de vivenciar a presença de alguém tão querido é latente. O choro está ali, eu o espero com carinho.


2012 parece bonito, eu desejei a todos paz de espírito, é para lá que, sem me avisar, meu sentir caminha.